Chez Lili

de Liliana Brandão

Dicas para ter uma atitude terapêutica

No livro que li "Cartas a um jovem terapeuta", o seu autor Contardo Calligaris, faz referência a um conjunto de características que ele procura naqueles que desejam tornar-se psicoterapeutas. Pensei que ,independentemente desse desejo profissional, talvez o conhecimento desses traços seja importante para que todos possamos de alguma forma desenvolver uma atitude terapêutica, uma atitude de cuidado em relação ao próximo no sentido de uma vida relacional mais saudável e positiva. De facto, não precisamos de ser terapeutas para desenvolver uma atitude terapêutica, da mesma forma que não precisamos de ser especialistas em mecânica automóvel para saber quando é necessário mudar o óleo do carro.


Esta é a segunda dica do autor acompanhada de uma reflexão minha sobre as suas palavras.


2) "Uma extrema curiosidade pela variedade da experiência humana com o mínimo possível de preconceito."

É normal termos crenças e convicções, mas se elas nos levarem a noções muito rígidas sobre o que é bom e o que é mau, dividindo o mundo em duas cores, em duas faces, em luz e sombra, partindo a realidade em branco e preto, então essas crenças e convicções de nada nos servem para desenvolver uma atitude terapêutica. Acabaríamos assim a organizar o mundo em categorias, em gavetas com meias cujas cores não se misturam, ou seja, onde as pessoas de religiões diferentes não se misturam, de orientações sexuais diferentes não se misturam, de convicções políticas diferentes não se misturam sob o risco de serem mencionados de forma depreciativa e preconceituosa na própria linguagem: "os católicos", "os homossexuais", "os muçulmanos", "os de direita", "os de esquerda", "os ciganos", "os pobres", "os riscos"...

Por exemplo, a nossa fé e convicção religiosa só vale no desenvolvimento de uma atitude terapêutica se não for usada para aprovar ou desaprovar o comportamentos humano, para dizer o que é admirável ou o que é condenável de forma preconceituosa. 

A linguagem é muito poderosa, organiza o mundo à nossa volta e cabe a nós decidir como é que queremos fazê-lo, com que palavras, com que tom, com que emoções queremos colori-la para dialogar com o próximo. Um discurso muito partido "tudo ou nada", "branco e preto", "extrema direita ou extrema esquerda" afasta as pessoas para pólos levando-as a competir pela razão, cria preconceito e não permite que elas se cheguem ao meio campo para conversar sobre diferentes pontos de vista, para começar a jogar e a debater a partir daí, de um mesmo lugar. 

O discurso preconceituoso é o discurso de uma única liberdade que ofusca as outras todas, que nos torna, a pouco e pouco, reféns do outro.

O controlo dos nossos julgamentos de valor é fundamental e uma atitude menos preconceituosa só nos serve para vivermos melhor e para desenvolvermos relações mais positivas. Se, contudo, algum comportamento humano mexe connosco, então sejamos curiosos sobre esse comportamento, em vez de partimos logo para o seu julgamento. 

Certamente é mais fácil, menos trabalhoso, deixarmos que as nossas crenças e preconceitos se cheguem à frente para fazer uma leitura da realidade, do que arregaçar as mangas para desenvolver uma posição informada e crítica sobre o assunto. 

É comum dizer-se que a humanidade precisa de líderes, precisa que alguém lhe diga o que fazer, como arrumar a casa. O problema é quando os líderes que elegemos são aqueles que nos obrigam a fechar as portas todas de nossa casa impedindo que as divisões se comuniquem, são lideres que erguem fronteiras e nos afastam dos nossos irmãos. 

O que parece inicialmente vantajoso nesses líderes é que nem precisamos de pensar ou de fazer nada porque eles fazem e pensam tudo por nós. E assim lá somos embalados como bebés que só precisam de comer, de dormir, de estar quentinhos e sossegadinhos, até ao dia em que o bebé vai começar a caminhar por si e a descobrir o mundo por si e não vai gostar que lhe cortem as pernas e nem os horizontes.



Dicas para ter atitude terapêutica na vida.

Makeup: Tinoca,  Styling: Nelson Vieira, Cabelos: Edgar Venâncio, Óculo: Ergovisão

Contardo Calligaris é um escritor, psicanalista e dramaturgo italiano há muitos anos radicado no Brasil. Alguns conhecem-no também como o criador e diretor geral da série brasileira da HBO, intitulada Psi. 

Estou a ler o seu livro "Cartas a um jovem terapeuta" e as primeiras páginas fizeram-me lembrar uma frase que me toucou e que ouvi no decorrer do meu estágio académico. A nossa orientadora disse que não precisamos de ser terapeutas, psicólogos ou psiquiatras, para desenvolver uma atitude terapêutica na vida, nas nossas relação com os outros. 

Nunca mais esqueci esta frase: "não precisas de ser terapeuta para ter uma atitude terapêutica." Julgo que isto vale para ouras áreas, onde apesar de não sermos especialistas, nada nos impede de desenvolver as competências mínimas que nos facilitem o quotidiano. Por exemplo, não preciso de ser um mecânico para saber trocar um pneu ou para saber quando trocar o óleo do carro.


No livro "Cartas a um jovem terapeuta", o autor faz referência a um conjunto de características que ele procura naqueles que desejam tornar-se psicoterapeutas. Pensei que independentemente desse desejo profissional, talvez o conhecimento desses traços seja importante para que todos possamos de alguma forma desenvolver uma atitude terapêutica, uma atitude de cuidado em relação ao próximo no sentido de uma vida relacional mais saudável e positiva.

Servem os seguintes posts para vos apresentar dicas para desenvolver um atitude terapêutica na vida inspirados, para já, no livro de Contado Caligaris. Digo "para já" porque é possível que outros autores atravessem as minhas leituras e me impulsionem a partilhar outras dicas. Posto isto, comecemos pela primeira dica de Calligaris seguida de uma reflexão minha sobre as palavras do autor.

1) "Um gosto pronunciado pela palavra e um carinho espontâneo pelas pessoas, por muito diferentes que sejam de você."

Desenvolver uma atitude terapêutica passa por desenvolvermos este gosto pelas palavras, respeitando e aceitando como os outros à nossa volta se expressam e se apropriam delas. 

Escutar de forma atenta e genuína os outros parece algo simples, mas não é. Muitas vezes estamos mais preparados para responder do que para ouvir. Estamos mais preocupados com a nossa resposta, com a genialidade dos nossos argumentos, com o nosso protagonismo numa discussão, do que em desfrutar de um diálogo, aprendendo e ouvindo com atenção e sem julgamento quem está do outro lado. Tendemos a valorizar, a admirar quem tem o dom da palavra, mas saber ouvir é uma arte, saber escutar as palavras e o silêncio do outros é uma competência poderosa.

Quantas dores, dúvidas e angústias nos assaltam e que nunca partilhamos com ninguém? São coisas só nossas, íntimas e que tememos partilhar pelo medo do julgamento e da crítica alheia, pela falta de confiança no outro ou porque, simplesmente, nos parece que os outros estão muito ocupados com as suas coisas. Tememos sobrecarregá-los com as nossas vidas e inquietações, tememos que descubram que afinal a nossa vida não vai lá muito bem, tememos que nos chamem instáveis, depressivos, egoístas, ingratos por não aproveitarmos as nossas conquistas: trabalho, família, filhos, posição social, bens materiais...

As palavras tem um poder transformador, uma pessoa que nos escute, que generosamente nos dê tempo sem crítica e julgamento, mas com aceitação, pode ajudar-nos a aliviar as nossas vozes internas, a dar sentido aos diálogos que temos dentro de nós mesmos. 

Há uns dias, enquanto falava com uma amiga, ela disse-me algo que eu estou farta de dizer a mim mesma silenciosamente. Mas ouvir o meu pensamento através dela, da voz dela, passou-me uma mensagem de ser compreendida e de a minha necessidade ser reconhecida e valorizada, e não um pensamento só meu que às vezes julgava um pouco tolo, um capricho, uma mania mantida no silêncio.

Às vezes, não fazemos a mínima ideia sobre o que o outro está a sentir e nem sabemos como ajudar ou o que dizer, às vezes não temos mesmo tempo e disponibilidade emocional, às vezes, também tentamos procurar no catálogo da nossa vida uma experiência semelhante que nos aproxime do próximo, que nos ajude a compreendê-lo, mas como cada experiência é única e sentida de uma forma muito própria, muito individual, não será de todo desapropriado dizer: "olha eu, de facto, não imagino o que estás a passar ou a sentir, não sei... mas estou aqui contigo, para te ouvir se precisares de falar." 

De facto, não temos de ser telepáticos e de adivinhar o que outro está a sentir, falando por ele, pondo palavras na sua boca, inspirados na nossa própria experiência ou na nossa imaginação sobre o assunto; também não temos de ser conselheiros porque o que funcionou para nós pode não funcionar para o outro, além de que os conselhos podem ser sentidos como intrusivos ou como um julgamento e podem desencorajar quem nos procura a ser activo na procura das suas próprias respostas, dificultando que sejam contadores da sua própria história.

Escutar genuinamente alguém é sair de nós próprios para nos colocarmos no lugar do outro, é sermos generosos, disponíveis e empáticos e renunciarmos à disputa pela importância e protagonismo na conversa, afastando a ideia de que possuímos o conhecimento sobre a verdade das coisas, sobre o que é certo e o que é errado.

Fica então a dica para desenvolver uma atitude terapêutica: saber escutar, ter um carinho espontâneo pelas pessoas, gostar de palavras, de falá-las, mas também de escutá-las, de lê-las, cultivar a paciência e a disponibilidade por muito diferente e estranha que a experiência do outro possa parecer, e recebê-la, aguentando a incerteza de não fazer a mínima ideia sobre o que se passa no mundo do outro.

Amanhã há mais dicas! Um abraço!


Make-up: Tinoca,  Styling: Nelson Vieira, Cabelos: Edgar Venâncio, Óculo: Ergovisão



Cá dentro: Lisboa

 


Lisboa. Há uma história de amor entre nós. Lisboa é minha. É menina, é moça, é mulher, como eu. É luz, é rio de abraço largo, é familiar e anónima, lugar onde te ligas e desligas, onde se vive e se deixa viver, é um lugar de liberdades: da tua e da minha. Mal posso esperar para me encontrar de novo com ela, logo que puder, para respira-la sem máscara. 

Há poucas coisas que sei, mas estou segura de que os meus maiores passos e transformações até agora foram aqui, testemunhados por esta cidade, com dificuldade, com dor, mas com superação e crescimento, com gratidão pelas oportunidades que nela encontrei, pelas raízes que fui criando, pelas pessoas que conheci. 

Lisboa não é fácil, é genuinamente um sítio desafiante, mas se medires forças com ela, se tiveres coragem para isso serás recompensado. Em Londres, eu tinha saudades de Lisboa; quando estou pelo Norte, eu tenho saudades de Lisboa... Posso ir a muitos lados, posso prolongar-me aqui e ali, mas é o regresso a este lugar que antecipo. 

Às vezes penso, há lugares no mundo que idealizamos, que colocamos num pedestal, para os quais desejamos partir apaixonados, deixando tudo para trás. Lisboa já foi esse lugar. Já foi ideal, já foi fantasiada, já foi aventura apaixonada. Agora, só lhe reconheço o belo porque lhe descobri a sombra, porque deixei que ela caísse do seu trono e que me desiludisse, me frustrasse, me entediasse, me confrontasse comigo mesma, e assim, a par e passo, fui deixando que me desvendasse. 

A leitura de posts antigos neste blog é prova disso. Às vezes apetece-me apagá-los. São reveladores demais, mas também são corajosos - um olhar atento, vê a tempestade interior daquele dia em que o assinei. Talvez se fizesse bom tempo cá dentro, eu não os tinha escrito. Talvez se eu conseguisse desfrutar da luz de Lisboa, dos teatros, do Bairro Alto, da Mouraria, do Castelo, dos Miradouros e da lista de todas as coisas maravilhosas de Lisboa, repito, talvez se eu nessa altura conseguisse desfrutar disso tudo, eu não tinha conseguido escrever o que escrevi. Não sei... Talvez se eu tivesse fugido para outros lugares à espera que o mau tempo passasse, eu não estaria por aqui a escrever-vos isto agora.

Tudo passa... Prometo. E são as crises que separam os amadores da cidade e da vida, dos profissionais e conhecedores da cidade e da vida.

Terapia com ela: boa noite e bons silêncios para todos!



Sabe, ontem antes de adormecer, escrevi sobre o silêncio. 

Escrevi mais ou menos isto:

"Boa noite. Bons silêncios. É o que desejo. Silêncios tranquilos, sossegados, quietos, que acalmem os pensamentos, as emoções e que nos entreguem ao sono movidos pelo genuíno pedido de descanso do corpo e não pela fuga do desespero dos dias ou da angústia deles.

Conheci duas pessoas, profundamente doentes, sequestradas pelo silêncio e nunca mais as esqueci. Conheci outra que falava tanto, mas tanto, para não ter, verdadeiramente, de se ouvir.

O silêncio de cada um é único e sempre que o ouço, questiono-o. É verdade. Às vezes também o temo. Temo pelas vozes que se podem fazer ouvir por dentro, a partir de dentro, temo pelos inquilinos que deixamos habitar nessas moradas internas, temo pelo estado das coisas, quem sabe, pelo vandalismo íntimo provocado pelo silenciar dessas coisas.

Coisas. Coisas que não são faladas, nomeadas e que ficam ali, algures ou nenhures.

Que o teu silêncio seja tranquilo e se não for, que o possas verbalizar, escrever, conversar, partilhar. É tempo de questionar em quem podemos confiar o nosso silêncio. Quem nos poderá ajudar a elaborá-lo. É tempo de questionar sobre quem ouve os nossos silêncios, ou quem, pelo contrário, se serve da sua surdez e cegueira para fazer do silêncio alheio um contentor dos seus próprios gritos.

Conheço quem precisa de tomar uma droga para dormir, para se deixar levar, para se deixar ir, para confiar no sono, no fechar de olhos, no abandono ao escuro, à solidão, ao desejado sonho ou ao temido pesadelo. É isso. Às vezes é preciso coragem até para dormir, para confiar e se deixar ir.

Boa noite e bons silêncios para todos."




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O consultório dele


Um amigo da Joana ofereceu-lhe o consultório dele, nas suas horas vagas, para que ela pudesse atender os seus primeiros pacientes, auxiliando-a neste início de carreira. Apesar do entusiasmo pela oportunidade ficámos reticentes. Perguntei-lhe como era o consultório e ela disse-me que era um espaço "muito dele", ou seja, está decorado com a mobília, com o papel de parede, com os tapetes, com os sofás e as plantas que ele escolheu; talvez se localize num determinado bairro, prédio e andar que ele preferiu, imagino que tenha alguns diplomas pendurados na parede e fantasio sobre os livros que terá na estante, sobre a iluminação e sobre a cor das almofadas. 

Aquele espaço "muito dele" terá a assinatura dele, estará personalizado à sua maneira, terá a marca da sua subjetividade, do que lhe próprio e único e, de alguma forma, é revelador daquele homem, da sua pessoa, muito para além das suas teorias e da sua prática terapêutica. 

Estava aqui a pensar... o mais provável é que, no tradicional contexto clínico e hospitalar, o espaço seja neutro e partilhado por especialistas de várias áreas, mas quando a pessoa se apropria de um espaço e o torna "seu", o consequente aluguer ou empréstimo generoso é algo que deverá ser muito refletido, tendo em conta os possíveis efeitos na aliança terapêutica.

Assim como o artista se serve da usa subjetividade, partindo de si mesmo para criar a sua obra, o terapeuta faz o mesmo: é a partir dele que o processo começa. É a partir da forma como ele se posiciona, dos temas que lhe apaixonam e sobre os quais se debruça para escrever, para falar, para se aprofundar, é a partir da sua forma genuína de estar que se criam (ou não) pontes de identificação com o outro.

Balint, um psicanalista húngaro, deu importância (a propósito da contratransferência) à totalidade das atitudes e da conduta do analista em relação ao seu paciente, chegando mesmo a referir a disposição das almofadas no divã, como algo que merece atenção.

Não conseguimos parar de comunicar e de transmitir algum tipo de informação sobre nós, não é? Por momentos pensei que me poderia tornar fóbica em relação à minha própria espontaneidade, esquecendo-me que é essa espontaneidade que me aproxima do meu semelhante e que está lá, independentemente da profissão que desempenhemos, e que nos torna, acima de tudo, pessoas. 

Ocorre-me pensar numa entrevista do professor Júlio Machado Vaz que quando declarou que sofria de uma depressão acabou por preocupar os colegas de profissão, que lhe disseram: “Oh Júlio, tu acabaste de te suicidar profissionalmente!” Curiosamente, esta confissão acabou por tornar-se num ponto de identificação para muitas pessoas que passaram a procurá-lo na expectativa de que ele as pudesse compreender melhor pelo fato de já ter atravessado o cabo das tormentas da porcaria da depressão....

...







Terapia com ela - atravessar a dor



Parei para olhar-me. Era uma foto recente, sem filtro, sem retoques, sem maquilhagem, o sorriso estava rasgado e o olhar iluminado. Dei por mim a agradecer-me por ter tido a coragem de atravessar a minha dor.


Em tempos, procurei resolver a vida inteira sozinha, antes de aceitar ser ajudada, antes de me sentar aqui para que pensássemos juntas, para que você sentisse comigo toda a minha frustração, raiva e solidão. Por momentos desejei que a doutora pudesse sentir isso tudo por mim, desejei poder evacuar todas as minhas dores no seu colo e ir à minha vida mais leve, voltando de semana em semana para fazer tudo de novo.

 

Desculpe se não lhe dei espaço, se a tratei como se não tivesse o direito de existir e de ter uma palavra. Eu própria não tinha espaço dentro de mim. Precisava de falar, de falar e de falar. Precisava de falar o não-dito, de partilhar consigo os anos de silêncio, e confiei que simplesmente me pudesse escutar e compreender. Eu nem sei bem como e quando é que isto tudo começou; não me lembro de ter ficado assim... deprimida. Não lhe posso precisar um momento. Acho que me fui distraindo e  adoecendo aos poucos. 

 

Quando me apercebi, o abatimento passou a fazer parte da minha identidade, quase como aquela criança que na escola é a mais calada, a mais tímida, a mais introvertida e melancólica, que não dá trabalho nenhum. Sabe, desconfio sempre das pessoas que não dão muito trabalho e que fazem sempre tudo bem; desconfio do governo interno das crianças e dos adultos que se portam bem e especulo sobre o seu medo, sobre a ditadura, o perfeccionismo, a ordem, a falta de flexibilidade, de criatividade e de leveza do ser...

 

O excesso de passado na depressão não me deixava projetar o futuro. Hoje tenho espaço interno, até respiro melhor. Estava aqui a pensar que à medida que comecei a falar mais (com)sigo e não somente para si comecei a conhecer pessoas novas lá fora, pessoas diferentes. Acho que à medida que comecei a ter espaço para si, comecei a ter espaço para o outro e comecei a sentir prazer em fazer e em experimentar coisas novas. 


Sentir! 


Depois de desatar os nós que me ligavam por dentro às relações e sofrimento passados, comecei a sentir de novo e a ligar-me outra vez (e melhor) ao aqui-e-agora, ao presente. É tão libertador ter a coragem de sentir (sem medo, sem hesitações). Hoje, substituo a desconfiança pela curiosidade, pelo sonho, e vejo-me lá, no amanhã, junto de pessoas que como eu, tiveram a coragem de atravessar as dores da alma, para descobrir uma melhor versão de si mesmos. 

                                               

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